Myrtaceae

Psidium robustum O.Berg

LC

EOO:

159.441,246 Km2

AOO:

64,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019), com ocorrência nos estados: BAHIA, município Abaíra (Ganev 1442), Piatã (Ganev, 909); ESPÍRITO SANTO, município Ibitirama (Flores 1540), Iúna (Zorzanelli, 480); MINAS GERAIS, municípios de Araponga (Salles 3420); Brumadinho (Sobral 14525), Caparaó (Kuntz 499), Diamantina (Proença 3721), Ibitipoca (Costa 579), Lima Duarte (Salimena 3745), Morro do Pilar (Irwin 20561), Ouro Preto (Irwin 29437), Prados (Sobral 13572); e RIO DE JANEIRO, município de Bom Jardim (Hottz 272);

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2019
Avaliador: Mary Luz Vanegas León
Revisor: Patricia da Rosa
Categoria: LC
Justificativa:

Árvore de até 7 m de altura, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Conhecida popularmente como araçá-cagão, foi coletada em Floresta Estacional Semidecidual associada a Mata Atlântica e na Caatinga (stricto sensu) nos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Apresenta distribuição ampla, EOO= 135697 km² e AOO= 64 km². Psidium robustum possui coletas recentes e ocorrência confirmada dentro dos limites de Unidades de Conservação de Proteção Integral. Além disso a espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora ameaçada de extinção da Serra do Espinhaço Meridional (Pougy et al., 2015), no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al., 2018) e em três dos territórios que serão contemplados por Plano de Ação Nacional (PAN) territorial. A espécie ocorre em diversas fitofisionomias e em distintos domínios fitogeográficos, não existem dados sobre tendências populacionais que atestem para potenciais reduções no número de indivíduos maduros, além de não serem descritos usos potenciais ou efetivos que comprometam sua sobrevivência na natureza. Assim, foi considerada como Menor Preocupação (LC) neste momento, demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e tamanho populacional) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua conservação na natureza.

Último avistamento: 2016
Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Berg, O., Fl. bras., 14(1): 400, 1857. Popularmente conhecida por araçá-cagão no estado de Minas Gerais (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não existem dados sobre a população.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Biomas: Caatinga, Mata Atlântica
Vegetação: Caatinga (stricto sensu), Floresta Estacional Semidecidual
Fitofisionomia: Floresta Estacional Semidecidual
Habitats: 1 Forest, 2.1 Dry Savanna
Detalhes: Árvores de 2,5-7 m de altura (Sobral 13572), ocorrendo nos domínios da Caatinga e Mata Atlântica (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019).
Referências:
  1. Psidium in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB10882>. Acesso em: 11 Set. 2019

Reprodução:

Detalhes: Psidium robustum é uma espécie hermafrodita, foi coletada com flores em setembro (Sobral 13572), e novembro (Proença 3721); e com frutos em janeiro (Irwin 29437), fevereiro (Irwin 20561), abril (Leoni 4409), junho (Salimena 3745), julho (Faria 6370) outubro (Flores 1540). dezembro (Hottz 272).
Sistema sexual: hermafrodita

Ameaças (7):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
2.1 Species mortality 5.3 Logging & wood harvesting locality past,present local high
O município de Piatã com 171376 ha possui 20170 ha que representam 12% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica/INPE - Aqui tem Mata, 2019)
Referências:
  1. SOS Mata Atlântica e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE, 2019. Aqui tem Mata? https://aquitemmata.org.br/#/, (acesso em 29 de maio 2019).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3 Livestock farming & ranching habitat past,present regional high
Na extremidades norte do EOO encontram se os municípios Abaíra - BA e Piatã - BA com respectivamente 14% e 12% de seus territórios convertidos em pastagem; Já a extremidade sul do EOO encontra-se o município Bom Jardim - RJ e Lima Duarte - MG com respectivamente 35% e 45% de seus territórios convertidos em pastagem (Lapig 2019).
Referências:
  1. Lapig, 2019 http://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig.html acesso em 30 de maio 2019.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2 Agriculture & aquaculture habitat past,present local high
O município de Abaíra concentra quatro das cinco agroindústrias de beneficiamento de cachaça e derivados da microrregião e a quinta funciona no município de Rio das Contas divisa com Piatã (Santos Sales & Silva, 2008). E no município de Piatã há também cultivo crescente de café (Martins Neto et al., 2011).
Referências:
  1. Martins Neto, F. L. M., Matsumoto, S. N., Souza, A. J. J., Bonfim, J. A., Cesar, F. R. C. F., Lima, J. M., 2011. Qualidade do solo e nutrição de plantas em sistemas de produção de café (Coffea arabica L.). Coffee Science, v.5, n. 3, p. 206-213.
  2. Sales, A.S. & Silva, R.P. 2008. Agricultura cachaça e turismo: Sinônimos de crescimento do Estado da Bahia. Revista do Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia 6(5): 39-45.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 7.2 Dams & water management/use habitat,occupancy past,present,future local high
No município de Bom Jardim (RJ) no ano de 2012 foi instaurada uma Pequena Central Hidrelétrica no curso do Rio Grande com potência de 140,25 KW (Aneel, 2019). Fazendo alterações na biodiversidade local (Google Earth Pro Version 7.3.2., 2019).
Referências:
  1. Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL. SIGEL: Sistema de Informações Geográficas do Setor Elétrico - www.sigel.aneel.gov.br/portal/home/, (acesso em 11 de setembro 2019).
  2. Google Earth Pro Version 7.3.2., 2019. Nota observação direta de represamento (PCH Rio Grande/Bom Jardim/RJ/Brasil). www.google.com/earth/download/ge/ (acesso em 11 de setembro 2019).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1.3 Tourism & recreation areas occupancy,occurrence past,present local medium
Atividades de passeios em trilhas da Serra do Cipó causam impacto nos solos resultado do pisoteio e uso de veículos (bicicletas, motocicletas, automóveis, etc.) causam compactação do solo, aumentando a densidade e resistência à penetração no solo, mudando a estrutura do solo e na sua estabilidade, perda na serrapilheira e do conteúdo de húmus, redução nas taxas de infiltração, aumento do escoamento hídrico superficial, e aumento da erosão (Pinto et al., 2008).
Referências:
  1. Pinto, L.G., Oliveira, F.F.D., Andrade, M.D.A., Pedrosa, H.F., Santana, W.A.D., Figueiredo, M.D.A., 2008. Atividade Erosiva em Trilhas de Unidades de Conservação: Estudo de Caso no Parque Nacional da Serra do Cipó, Minas Gerais, Brasil. E-Scientia, v.1, n.1.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
2.1 Species mortality 7.1 Fire & fire suppression habitat past,present,future local high
Na região da Serra do Cipó onde há infestação por braquiária ocorre modificação do regime de incêndios, intensificando-o, tanto pelo rápido acúmulo de biomassa e elevada inflamabilidade das camadas de folhas secas que se acumulam junto ao solo, como pelo fato de bloquear o processo sucessional, que poderia levar a formações de maior complexidade, com retenção de umidade e, portanto, menor susceptibilidade à propagação de incêndios (Ribeiro et al., 2005). Já no Parque Nacional do Caparaó, as origens dos incêndios florestais têm sido principalmente o uso incorreto do fogo para renovação de pastagens, uso na apicultura, expansão agrícola e limpeza de restos de cultura nas propriedades vizinhas à UC, além de ações criminosas por caçadores, o uso de fogos de artifícios em festas tradicionais nas regiões próximas e o uso de estopins - iscas de fogo (ICMBio, 2015).
Referências:
  1. Ribeiro, K. T., Filippo, D. C.;,Paiva, C. L., Madeira, J. A., Nascimento, J. S., 2005. Ocupação por Brachiaria spp. (Poaceae) no Parque Nacional da Serra do Cipó e infestação decorrente da obra de pavimentação da rodovia MG-010, na APA Morro da Pedreira, Minas Gerais. 1º Simpósio Brasileiro sobre espécies exóticas invasoras. Brasília. Disponível em: < http://www.mma.gov.br/estruturas/174/_arquivos/174_05122008113143.pdf>., 2005.
  2. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – MMA, 2015. Plano de Manejo do Parque Nacional do Caparaó. http://www.icmbio.gov.br/parnacaparao/images/stories/PM_PNC--completo__PDF.pdf (Acesso em 12 de setembro 2019)
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
2.1 Species mortality 3.2 Mining & quarrying habitat past,present,future regional very high
A cidade de Ouro Preto foi fundada e desenvolvida a partir do descobrimento de depósitos de ouro aluvionar no final do século XVII , tendo rapidamente se tornado o segundo maior centro populacional na América latina e a capital da província de minas Gerais. O auge da corrida do ouro ocorreu durante os primeiros quarteis do século XVIII com intensas atividades mineradoras subterrâneas e a céu aberto, em vales e encostas. A partir do século XIX e inicio do seculo XX a cidade sofreu um esvaziamento econômico e político devido à mudança da capital do estado para Belo horizonte.O desenvolvimento retornou em 1950 em ouro preto com as atividades de mineração de ferro (Sobreira e Fonseca, 2001).
Referências:
  1. Sobreira, F.G., Fonseca, M.A., 2001. Impactos físicos e sociais de antigas atividades de mineração em Ouro Preto, Brasil. Geotecnia, 92:5-28.

Ações de conservação (4):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada na ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL SERRA SÃO JOSÉ (US), PARQUE ESTADUAL SERRA DO BRIGADEIRO (PI), PARQUE NACIONAL DE CAPARAÓ (PI), PARQUE ESTADUAL DO ITACOLOMI (PI), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL SUL-RMBH (US), PARQUE NACIONAL DA SERRA DO CIPÓ (PI), PARQUE ESTADUAL BIRIBIRI (PI) e ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL SERRA DO BARBADO (US).
Ação Situação
5 Law & policy needed
A espécie ocorre em territórios que possivelmente serão contemplados por Planos de Ação Nacional (PANs) Territoriais, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território Vale do Paraíba - TER30, Território São João del Rei - TER29 e Território Centro Minas - TER10.
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora ameaçada de extinção da Serra do Espinhaço Meridional (Pougy et al., 2015).
Referências:
  1. Pougy, N., Verdi, M., Martins, E., Loyola, R., Martinelli, G. (Orgs.), 2015. Plano de Ação Nacional para a conservação da flora ameaçada de extinção da Serra do Espinhaço Meridional. CNCFlora : Jardim Botânico do Rio de Janeiro : Laboratório de Biogeografia da Conservação : Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro. 100 p.
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al., 2018). A espécie será beneficiada por ações de conservação que estão sendo implantadas no PAN Rio, mesmo não sendo endêmica e não contemplada diretamente por ações de conservação.
Referências:
  1. Pougy, N., Martins, E., Verdi, M., Fernandez, E., Loyola, R., Silveira-Filho, T.B., Martinelli, G. (Orgs.), 2018. Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro. Secretaria de Estado do Ambiente -SEA : Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro. 80 p.

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.